Um experimento cênico de caráter documentário desenvolvido especialmente para a Mostra 1968 – Rebeldes e Utópicos, realizada pelo Ministério da Cultura e Secretaria Especial dos Direitos Humanos, com o patrocínio do SESC/SP.
A produção artística da geração 68 no Brasil, marcada pelo questionamento dos valores da sociedade de consumo, se caracterizou também pela resistência e consequente crítica à ditadura militar. Jovens artistas com suas propostas radicais foram alvo da repressão do regime, por vezes violenta. Entre tantos exemplos, destaca-se a invasão do Teatro Ruth Escobar por membros do Comando de Caça aos Comunistas, em São Paulo, onde era encenada a peça “Roda Viva“ dirigida por Jose Celso Martinez Correa. No episódio, o elenco sofreu uma série de agressões físicas e parte do figurino e cenário da peça foram destruídos.
A atual geração pouco sabe sobre esses fatos e se apropria dos ícones da geração de 68 como objetos de consumo.
Levantamos teatralmente essa discussão a partir de entrevistas e documentos históricos, ao invés de optarmos por um enredo ficcional, sem com isso apenas apresentar dados brutos, mas, o depoimento cênico dos atores sobre os acontecimentos de uma época.
Pela ligação histórica com o teatro épico de Bertold Brecht e o cunho experimental, acreditamos que uma proposta em teatro documentário dialoga com as experimentações teatrais de 68.
Quando falamos em Teatro Documentário nos referimos a um fazer teatral com características formais próprias que revelam interesses, objetivos e procedimentos específicos, extrapolando a mera oposição à ficção, no intuito de evidenciar cenicamente a análise dos fatos vividos, experenciados e observados. Pensar ficção é algo diferente, tanto nas finalidades como na abordagem, de se pensar documentário, repercutindo em um processo de criação distinto; no entanto, longe de uma pseudo-ilustração do dia-a-dia.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Camila Amadei, Marcio Rossi, Marco Griesi e Natalia Gonsales.
Figurinos e adereços: Cintia Machado.
Apoio Documental: Silvio Moura.
Proposta de Encenação: Marcelo Soler.
Roteiro: Marcelo Soler.
Iluminação e Operação de Luz: Sérgio Oliveira.
Preparação Vocal: Juliana Monteiro.
Musicalização: José Renato.
Projeto Gráfico: Marco Griesi.
Material Videográfico: Fabio Araújo.
Costureira: Avany Machado.
Locução: Fernão Lacerda.
Visagismo: Carlos Carrasco e Erbert Mainardi.
Direção de Produção: Marco Griesi.
Realização: Palco 7 Produções.
DATA DE REALIZAÇÃO
Sesc Consolação I Mostra 1968 – Rebeldes e Utópicos, realizada pelo Ministério da Cultura e Secretaria Especial dos Direitos Humanos, com o patrocínio do SESC/SP – 04 e 05 de junho de 2008;
Espaço Parlapatões – São Paulo – 29 de julho a 09 de setembro de 2008