Por que não enxergar o cinzento? O “cor–de-rosa” é mais palatável? Mas não seria a negação de que existe o nebuloso, o desagradável, o maior impedimento para que haja a transformação? “Só posso sair de minha cegueira, quando me reconheço enquanto cego”.
Mostrar a sombra que existe no lado cor-de-rosa da vida foi a nossa tarefa. Nada mais pertinente que nos reportarmos a aquela passagem da infância para a adolescência, na qual, sob a aura cor-de-rosa, se escondia todas as cruéis relações que se perpetuam na vida adulta.
As cenas surgem como flashes de memória. As brincadeiras infantis pontuam cada cena, revelando o que há além delas. Ora percebemos os personagens como crianças, ora estranhamos suas palavras e nos deparamos com metáforas do ser adulto, preso ainda não à infância, mas à infantilidade.
Como aquele presente desagradável, que não era o brinquedo esperado, mas a roupa, estamos diante da caixa cor de rosa que revelará o não delicado, o não idílico, o não mitificado, a não poesia. E talvez da não poesia se faça a poesia escondida da mão que brinca de boneca ou carrinho, mas que também destrói a pauladas.
FICHA TÉCNICA
Elenco: André Grecco, Cynthia Rondelli, Daniela Persan, Daniele Brandão, Fabiana Bonfietti, Fernanda Braga, Giuliana Maia, Laryssa Pinter, Marco Griesi, Rodrigo Soller e Uidi Madi.
Direção e Texto: Marcelo Soler.
Coordenação: Nilton Travesso.
Preparação Corporal: Andrea Egydio.
Preparação Vocal: Nilta Gomes.
Cenário: Rodrigo Soller.
Figurinos: Cynthia Rondelli e Sueli Melo.
Projeto Gráfico: Marco Griesi.
Assessoria de Imprensa: Marco Griesi.
Fotografias: Nilton Santana.
Operador de luz: Natália Lemos.
Operador de Som: Renan Fonseca.
Operador de Projeção: Gabriel Miléo.
Direção de Produção: Marco Griesi.
Realização: Palco 7 Produções.
DATAS DE REALIZAÇÃO
Teatro Irene Ravache – São Paulo – 11 a 19 de novembro de 2006;
Teatro Lauro Gomes – São Bernardo do Campo – 14 e 15 de outubro de 2006;
Teatro Julia Bergmann – São Paulo – 30 de março a 29 de abril de 2007